Amados leitores – Pregadores e ouvintes da Palavra de Deus : Vejam a seguir um pequeno trecho do livro clássico do Dr. Martyn Lloyd-Jones sobre o ato da pregação da Palavra de Deus , Pregação e Pregadores. Em poucas palavras somos confrontados com a solenidade, importância, serieadade e grandeza do ato de pregar as insondáveis riquezas da Palavra do Deus vivo. Uma mensagem urgente para pregadores e ouvintes da Palavra hoje – principalmente para aqueles que se entediam ao ouvir a Palavra e, pior, os que pregam a Palavra de forma tediosa e aborrecida. Não há muito que eu possa dizer e comentar. Ouçamos Lloyd-Jones:
A Pregação é a teologia em chamas ! É a lógica pegando fogo !
D. Martyn Lloyd-Jones
O que está acontecendo? O pregador está falando aos ouvintes da parte de Deus e a respeito dEle, está falando sobre a condição dos ouvintes — o estado da sua alma . Está lhes dizendo que , por natureza , estão sob a ira de Deus — são “filhos da ira , como também os demais ” — e que o caráter de seu viver é ofensivo a Deus , está sob o juízo dEle. O pregador está advertindo-os sobre a temível possibilidade eterna que os aguarda. De alguma maneira , o pregador , entre todos os homens , deve estar consciente da natureza fugaz da vida neste mundo . Os homens mundanos vivem tão imersos em seus negócios e atividades , em seus prazeres e toda a sua ostentação , que a única coisa sobre a qual eles nunca param para considerar é o caráter passageiro da vida . Tudo isso enfatiza que o pregador sempre deve criar e comunicar a impressão da seriedade daquilo que está acontecendo no momento em que ele aparece no púlpito . Você deve lembrar as famosas palavras de Richard Baxter: Preguei como se não tivesse certeza de que pregaria novamente , como um homem moribundo para moribundos .
Creio que esta declaração não pode ser melhorada. Você também recorda o que se disse a respeito do piedoso Robert Murray McCheyne, da Escócia, no século XIX. Afirma-se que , ao subir ao púlpito , antes mesmo de haver proferido uma única palavra , o povo começava a chorar em silêncio . Por quê ? Por causa deste elemento da seriedade . A própria contemplação daquele homem dava a impressão de que ele viera da presença de Deus e de que lhes transmitiria uma mensagem da parte de Deus . Isso é o que exercia tão extraordinário efeito sobre os ouvintes , antes mesmo de McCheyne abrir a boca . Esquecemos este elemento ao nosso risco e a grande custo para os ouvintes .
Apresento agora algo cujo propósito é corrigir (ou talvez não tanto corrigir , e sim salvaguardar ) toda incompreensão daquilo que venho afirmando. Refiro-me ao elemento da “vivacidade ”. Isto ressalta o fato que a seriedade não significa solenidade , nem tristeza , nem morbidez . Todas estas coisas são distinções importantes . O pregador deve mostrar-se vívido ; e é possível mostrar-se vívido e sério ao mesmo tempo .
Permita-me expressar isto em outras palavras . O pregador jamais deve ser monótono , nunca deve ser enfadonho ; ele nunca deve ser o que se chama de “cansativo ”. Estou enfatizando estas particularidades por causa de algo que já me disseram muitas vezes e que me preocupa em grande medida . Pertenço à tradição Reformada e, talvez , tenha contribuído algo , na Inglaterra, para a restauração desta ênfase , nos últimos quarenta anos . Portanto , sinto-me perturbado quando membros de igrejas me dizem, com frequência, que muitos dos pregadores reformados mais jovens são homens excelentes , que lêem muito e são eruditos , mas são homens bastante monótonos e enfadonhos ; e isso me tem sido dito por pessoas que seguem a tradição Reformada. Para mim isso é muito sério ; existe algo radicalmente errado em pregadores monótonos e enfadonhos . Como pode ser monótono um homem que trata desses assuntos ? Quero dizer que um “pregador monótono ” é uma contradição ; se ele é monótono , não é um pregador . Pode subir a um púlpito e falar , mas certamente não é um pregador . Ante o grandioso tema e mensagem da Bíblia , a monotonia se torna impossível . Este é o assunto mais interessante, mais emocionante e mais envolvente que há no universo . E a idéia de que isto pode ser apresentado de maneira enfadonha me faz duvidar seriamente que os homens culpados desta monotonia compreenderam a doutrina que estão defendendo e na qual afirmam crer . Com freqüência , somos traídos por nossa conduta .
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