quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

UM CRISTIANISMO EXTERNO NÃO É SUFICIENTE


Por Calvino

1. Perguntemos àqueles que não possuem nada mais que a membresia de uma igreja, e que apesar disto desejam ser chamados de cristãos, como podem glorificar o sagrado nome de Cristo?

Somente aquele que tem recebido o verdadeiro conhecimento de Deus, por meio da Palavra do Evangelho, pode chegar a ter comunhão com Cristo.

O apóstolo disse que ninguém que não tenha posto de lado a velha natureza, com sua corrupção e suas concupiscências, pode dizer que tenha recebido o verdadeiro conhecimento de Cristo.

O conhecimento externo de Cristo é só uma crença perigosa, não importando o quão eloqüentes possam ser as pessoas que o têm.

2. O evangelho não é uma doutrina da fala, mas de vida. Não se pode assimilá-lo por meio da razão e da memória, única e exclusivamente, pois só se chega a compreendê-lo totalmente quando Ele possui toda a alma e penetra no mais profundo do coração.

Os cristãos nominais devem parar de insultar a Deus jactando-se de serem aquilo que não são.

Devemos nos ater em primeiro lugar no conhecimento de nossa fé, pois esta é o princípio de nossa salvação.

A menos que nossa fé ou religião promovam uma mudança em nosso coração e em nossas atitudes nos transformando em novas criaturas, não nos será de muito proveito.

3. Os filósofos condenam e excluem de sua companhia todos aqueles que professam conhecer a arte de viver a vida, considerando-os apenas como crianças gaguejantes.

Com muito mais razão os cristãos deveriam detestar aqueles que têm o Evangelho em seus lábios, porém não em seus corações.

Comparadas com as convicções, os afetos e a energia sem limites dos verdadeiros crentes, as exortações dos filósofos são frias e sem vida. 

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